sexta-feira, 13 de julho de 2012

Charles Manson era filho bastardo de Hitler?


Zapeando pela rede tropecei no bom blog Dangerous Minds, onde Richard Matzger exibe a capa de um diário vintage com uma imagem comparativa entre Hitler e Charles Manson acompanhada da afirmação "Nova evidência revela que Charles Manson é o filho bastardo de Adolfo Hitler". O primeiro todos conhecem, mas talvez haja alguma dúvida sobre o segundo: Charles Mason é um maluco que cumpre pena em uma prisão de Corcoran, na Califórnia (EUA), por ter sido o mentor intelectual e líder de um grupo que cometeu vários assassinatos na gringolândia.

Charles Manson era filho bastardo de Hitler?
A afirmação do antigo jornal é hoje muito cômica e dificilmente deixará de fazer-nos rir, assim como acontece com muitas outras peças de propaganda antiga que de vez em quando encontramos em algum site que publica assunto relacionado. E ao falar de propaganda me refiro a comunicação em massa sintonizada com agendas determinadas que vão além do desejo de "informar" ou de perseguir as "verdades", motivo pelo qual não só incluiríamos comunicação "oficial", também estaríamos nos referindo a boa parte da imprensa e, obviamente, da publicidade.

E por que isso? Bem, para além da simpatia que este tipo de material, ao ser analisado retrospectivamente, possa causar, não dá para deixar de reflexionar sobre dois fenômenos: primeiro, a existência do pseudo-jornalismo como um agente promotor de propaganda governamental ou corporativa (como é o caso deste Bulletin, publicado em 1971). Em segundo lugar, e ainda mais interessante, a peça nos remete à ridícula desinformação que geralmente propõe está propaganda, mas que muitos não são capazes de contextualizá-la a não ser que acumulem alguns anos de informação posterior.

O fato é que seguramente milhares de pessoas não puderam evitar crer nas irrefutáveis provas que teciam um laço filial entre Hitler e Manson, com a implícita associação de que ambas as entidades são essencialmente malvadas, e portanto seguramente aparentados: o demo e seu filho. E aqui vem a pergunta: quantas das mensagens incluídas na imprensa atual não serão igualmente ridículas como as do Bulletin quando forem analisados em três ou quatro décadas? Quão cômico será o fluxo em certos canais de informação quando o grosso da população tiver pleno acesso a informação -promovido hoje na Grande Rede- que às vezes só o tempo (ou a consciência) podem oferecer? Entenderam aonde quero chegar?

Dificilmente alguém poderá responder com certeza a estas perguntas. Mas se por acaso acompanharmos o momento destas perguntas a cada vez que vermos um primeiro plano, um noticiário televisivo, uma mensagem (mentira) política ou presidencial ou um conteúdo publicitário, sem dúvida desenvolveremos uma postura mais ágil ante o derrame propagandístico, o que eventualmente derivaria em uma sociedade psicologicamente mais saudável e menos vulnerável ante a desinformação promovida por nefastas agendas.

Na verdade, hoje... agora seria um bom momento para começar este exercício.

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