domingo, 21 de agosto de 2011

AO GRANDE POETA E AMIGO..."WILSON COELHO".




Poderia chamar os  textos de Wilson Coelho de Ensaios, digo porque são textos bastante livres, mas de uma certa maneira eles carregam consciente ou inconscientemente conceitos de ordem filosófica. Por que isso?
Porque não sabemos o que é a vida e o que é a arte; a literatura. E o que podemos dizer a respeito sempre vai ser truncado, assim como aleijado. Wilson Coelho, como todo artista que se preza vive essa incompletude. Mas ele não mergulha na melancolia - na depressão - ele age, sempre foi um franco atirador como diretor do Grupo Tarahumaras, como escritor, ator e outras tantas funções em que ele se sustenta como "personas", não como pessoa.
Eu o conheço de maneira "pedagógica". Ás vezes suas opiniões podem aparecer como ásperas ou radicais, isto não é um defeito porque no caso de Wilson Coelho essa atitude não é ditada pelos modismos, mas corresponde a algo de fundamental. radical vem de raiz, e a obra de Wilson Coelho ( a maturidade de seu teatro, a poética de sua prosa, seu lado, às vezes, "moleque de esquina") se equilibra entre esses vários elementos.
Ultimamente, assisti a uma espécie de decantação, sobretudo na sua maneira de conceber ou ver as coisas do teatro, da arte,do mundo atual.
Radicalismo aqui é mais sinônimo de justeza do que de uma suposta atitude de profeta vaticinante. O teatro, que é uma das atividades de Wilson Coelho, é certamente um grande sedutor e um grande traidor. 
E, as vezes, como toda atividade humana, ele cria suas próprias ilusões, até no caso mais grave, sua própria doênça.
E a vanguarda no teatro no Brasil se resume a alguns grupos que confundem Artaud com Dionysios - que esse último os perdoe - eles não sabe o que estão fazendo (ver Zé Celso Martinez Corrêa).
No fundo, W. Coelho é um revoltado. E muita gente coloca isso como uma autêntica doença. Ora, a revolta, num primeiro momento, é um ato de amor, como Albert Camus mostrou: nós nos revoltamos em nome da justiça (quando somos injustiçados nós nos revoltamos). Os humilhados se revoltam para poderem continuar sendo homens.
A revolta só é perversa quando ela se institucionaliza. Ou se vende como produto.
Muitas vezes, os revoltados são vampirizados pelo espírito da ganância e de subservência ou acabam mumificando a própria revolta.
Mas no meio dessa dança com  os lobos, há alguns que continuam existindo, em pé, mesmo se a chuva os deixa assim carcomidos na porta dos templos, mendigando sua última cachaça.
Wilson coelho se tornou um louco da lucidez eo que o salva da loucura definitiva é porque sua antiga revolta ainda está ali, mas lúcida, se enfeitando de conceitos para poder falar na forma mais aguda que o fio. Conceito implica filosofia: amor e sabedoria. Agora Wilson coelho faz papel de sábio? Sim, mas não se esquece que ele é "homem de teatro", diretor e escritor.
E que como tal, ele maneja as máscaras, existe u rosto que raramente se mostra, porque ele tem uma qualidade é o pudor, um pudor ontológico.
Grande profissional e amigo, um escritor que tem por onde valorizar o seu trabalho. Poeta, dramaturgo, escritor, tradutor, palestrante, articulista e encenador graduado em filosofia e estre em estudos literários, sempre surpreende com seu contos, que nos mostra uma  faceta bem humorada e instigante do seu estilo.

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